Há, no entanto, materiais usados em baterias menos nocivos à natureza que outros. Novazzi fez para o Verdade Inconveniente uma análise ambiental das baterias e pilhas que mais usadas com a ajuda de Maristhela Marin, sua colega e professora de Engenharia Química da FEI. Confira abaixo, quais são as piores e melhores:
Continua... (fonte, Ótimo Blog: Verdade Inconveniente)
Bateria de mercúrio
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A mais danosa, era costumeiramente usada em calculadoras e relógios e tinha o formato de uma moeda achatada, com vários tamanhos. Dentro de uma lista da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), faz parte das 20 substâncias mais perigosas à saúde ao meio ambiente. “Ele é extremamente nocivo ao sistema nervoso porque é de difícil excreção, não conseguimos eliminar ele no organismo”, diz Maristhela. “O mercúrio foi banido nesta aplicação, passando a ser substituído por baterias de íons de lítio, que continuam tendo o mesmo formato. Talvez ainda exista algum produto de fabricação duvidosa que use mercúrio”, afirma Novazzi.
Bateria de chumbo
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Em segundo lugar não tão honroso, a bateria de chumbo é usada em motores de veículos como carros, caminhões, tratores e ônibus. “E você não pode dispor dela no meio ambiente porque ela também tem uma solução de ácido sulfúrico, outra substância extremamente danosa ao meio ambiente”, diz Novazzi. Segundo Maristhela, o chumbo é péssimo para o nosso sistema nervoso central, medula óssea e rins, e faz parte da lista da EP. Suas baterias velhas normalmente são encaminhadas para o fabricante reciclar. “Todos os fabricantes brasileiros grandes recuperam estas baterias”, afirma.
Bateria de níquel-cádmio
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Na terceira posição, ela é aplicada em telefones sem fio, câmeras e laptops antigos. “A maioria dos equipamentos eletrônicos de dois a quatro anos atrás usam baterias de níquel cádmio, mas seu uso está caindo”, diz Novazzi. Elas podem ser recicladas, mas o processo não é barato e os próprios fabricantes se incumbem. Maristhela explica que os efeitos causados pela bateria são relativos porque se trata de duas substâncias diferentes. O níquel pode causar dermatites, câncer e lesões no sistema respiratório, “mas o cádmio é mais perigoso e também faz parte da lista de 20 substâncias perigosas, podendo causar disfunções digestivas, problemas pulmonares e câncer”, afirma a professora.
Baterias de níquel metal hidreto, íons de lítio e pilhas comuns
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Em quarto e último lugar, as três baterias empatadas têm toxicidade baixa e semelhante. “O tipo de metal na bateria de metal hidreto pode variar, então a legislação brasileira não indica sua toxicologia direta”, diz Maristhela. Novazzi diz que a pilha recarregável compensa mais para o meio ambiente do que a comum, porque sua fabricação (a da comum) consome cerca de 20 vezes mais energia do que ela vai dissipar na sua vida útil. “É um contrassenso. Com a recarregável não, porque o ciclo de carga e descarga atinge umas 100 a 500 vezes até que ela não consiga mais funcionar. Do ponto de vista energético, sem sombra de dúvida, as pilhas recarregáveis são melhores”.
A bateria de níquel metal hidreto é usada em pilhas recarregáveis, câmeras e telefones sem fio mais novos. Já a bateria de íons de lítio também é usada em pilhas recarregáveis e tem aplicação em computadores, laptops e celulares. “Ela domina as baterias de celular, 90% são feitas deste material”, afirma Novazzi. “O lítio causa disfunção no sistema neurológico, funções renais e respiratórias, mas é menos tóxico porque nós temos que nos expor ou ingerir uma quantidade muito maior dele do que às outras substâncias tóxicas, diz Maristhela.
Complicações na reciclagem e uso
Novazzi afirma que as pessoas e companhias não reciclam baterias feitas de metal barato, ou que não fazem tão mal para o meio ambiente. “É muito melhor reciclar baterias de íon de lítio e níquel metal hidreto, porque são metais caros. Ninguém se importa em reciclar uma pilha que usa zinco, por exemplo”. Ele afirma que é difícil de definir qual das baterias citadas no texto é mais eficiente ou tem mais vida útil. “Um requisito de qualidade é a densidade de corrente que ela oferece. É muito relativo. Ninguém substitui a bateria de chumbo porque nenhuma outra bateria que eu te falei tem uma capacidade de corrente igual. Na partida do motor, ela é insubstituível. É uma questão técnica. Cada bateria e metal têm a sua aplicação”, diz.
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